domingo, 25 de setembro de 2011

As dores

É mais gostoso escrever sobre as rosas, rosas de todas as cores, de todos os tipos, rosas para cada evento, elas que sempre procuram alegrar o ambiente ou mesmo se posicionar para nossa reflexão, mas, por mais paradoxo que seja, a alegria e a segurança que todas elas possuem deve ser pela presença dos espinhos.

Falemos dos espinhos, das dores...

Ter misericórdia dos que sofrem, dos que sentem qualquer tipo de dor faz parte da vida das pessoas altruístas, dos despertos. Este sentimento de piedade deve vir acompanhado de soluções em forma de atitudes, em forma de jalecos brancos para minorar tantas dores, em tantos lugares. Precisamos estar vestidos de avental, vestidos de mãos que curam!

Precisamos diminuir a dor do mundo, iniciando com as pessoas que estão próximas. A cura da humanidade deve começar com você, sua família e seus amigos.

Existe uma lista muito grande de dores físicas, dores de cabeça, de dente, de fraturas, de cortes, cânceres de todos os tipos, cálculo renal, enfim uma infinidade de distúrbios que incomodam nosso dia-a-dia, que perturbam nossos afazeres cotidianos.

Como é incômoda aquela dorzinha de cabeça que custa a passar, às vezes nem a custa de uma aspirina!

Mas, a cólica renal é a campeã de todas as dores físicas! Quando ela acontece, parece a somatização dos infernos em nossa vida, onde um minuto representa um século de tanto sofrimento...

E a enxaqueca? Qualquer dor de cabeça que o profissional desconhece a origem diz ser uma enxaqueca. Não sabem, ainda, que conflitos de ordem espiritual ou um emocional aos frangalhos provocam estas dores, dores tão doídas e persistentes.

A solução para todas elas deve ser pautada na fé, no silêncio, no recolhimento, ao mesmo tempo em que um profissional da saúde deve ser visitado, nos casos mais rebeldes.

Acreditamos, sem sombra de dúvida, que toda enfermidade é um processo de cura, de algo desequilibrado anteriormente, e muitas vezes este processo de cura vem acompanhado de dores que tanto nos afligem...

A maioria das enfermidades tem origem no emocional fora do ritmo, outras ainda têm origem na alimentação incorreta ou em vícios, como o fumo. Muitos tentam curar as folhas, ao passo que é a raiz que está doente.

Sejamos nossos médicos!

Não confronte a dor, apenas observe-a. Você verá que é mais forte que ela. Seja companheira do tempo, o tempo cura, o tempo cicatriza...

Assim como para cada rosto acontece uma expressão, para cada dor existe um remédio. Você deve ser também o seu antídoto, mudando suas energias, mudando suas atitudes perante a vida. É mais interessante prevenir...

Mas, amigas esotéricas, são as dores emocionais as que mais nos têm perturbado e preocupado nesta nossa caminhada. O físico não dói, a alma chora tantos desencontros nos encontros!

Namorado que ainda não chegou. Namorado que se foi. Ficou aquela sensação de vazio, ficou a presença da ausência, em forma de saudade! E cansamos de perguntar tantos porquês e escutamos o silêncio como resposta de tantas perguntas, o que nos incomoda, pois é uma dor profunda, é uma dor sentida em forma de isolamento, em forma de abandono...

Não aprovação em algum concurso na área profissional ou mesmo a perda de um emprego. Como é triste. Nossa auto-estima fica nivelada aos chãos mais baixos. Chegamos a perder a capacidade de lutar, chegamos a perder a capacidade de sonhar.

Os desencontros familiares em forma de dor, em forma de cura de uma inimizade acontecida em outras vidas, entre irmãos, entre pais e filhos. Estamos sendo curados. Bendita seja esta dor tão sagrada!

Como é triste e lamentável provar da dor suprema! Dor suprema é aquela em que a mãe presencia seu filho iniciar a viagem de volta! A mãe coloca junto na urna mortuária seu coração de amor e todos os seus sentimentos, ao encontro com o Eterno. O filho não irá sozinho...

Como dói o abraço apertado da despedida!

E por aí vai se desenrolando o novelo de tantos desencontros, tantas dores, que chegam a nos anular.

Porém, o maior conflito aos olhos dos expectadores é que existe uma gama muito grande de pessoas que tem tudo isto e se esqueceram de agradecer. São pessoas tristes, são pessoas cabisbaixas, elas estão sempre insatisfeitas, sempre querem mais e mais. Elas precisam esvaziar o jarro da prosperidade, doando sobras, doando o que não mais usa, para poder colocar mais coisas na jarra, coisas vestidas de gratidão!

Companheiras de jornada, sem nenhuma dúvida, a solidão é muito melancólica, mais traumática ainda é a solidão acompanhada, a solidão a dois. Esta sim, chega a nos nocautear, ficamos estendidos na lona dos combates, na lona de todos os sonhos...

No final de cada dia, quando a cortina do teatro é cerrada, nós nos encontramos com nossa solidão e um monólogo infindável começa a acontecer. Começam a acontecer nossas dores sem voz, nossos soluços. Nossa alma, como eterna companheira, junta-se em nossas orações, junta-se em nossas lágrimas, suplicando respostas, suplicando portas, suplicando um lugar ao Sol...

Chegamos ao extremo desabafo, ao estender as mãos aos céus e suplicar: Pai, afaste de mim este cálice, afaste de mim esta cruz tão pesada!

Não percam a confiança. Tudo é impermanente, tudo passa. São ciclos, uns fechando outros se abrindo. Nunca deixe de se alimentar da fé e da esperança, alimentos que nos mantém vivos, nos mantém como eternos sonhadores e criadores.

Sempre procuro aprender com grandes idéias que passaram por esta estrada em que estamos caminhando. Com alegria, lembrei-me de Goethe, quando afirmou...

“se tua dor te consome, faze dela um poema...”

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