quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Um toque de fé

Depois de praticar a desobsessão em um menino, Jesus respondeu a um questionamento de seus discípulos, oferecendo uma lição em forma de parábola:

“Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: - transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível”.

Acreditamos sem sombra de dúvida de que fé significa acreditar. Significa a entrega incondicional, significa o crer na somatização de algo considerado muito difícil ou mesmo impossível em nosso atual estágio de despertar.

Fé tem a mesma conotação de placebo, conhecido pela medicina alternativa como a realização de algo a partir de nosso aceitar, a partir de regras não racionais.

Alguns segmentos religiosos ou mesmo esotéricos afirmam que a fé deva ser racional, em todas as épocas da humanidade.

Com todo o respeito que todos merecem, pedimos licença para discordar com toda a ênfase sobre este princípio ou conceito dogmático.

A título elucidativo, cremos que a fé significa também um enfoque abstrato, o qual existe a partir da vontade, o primeiro aspecto divino.

Por outro lado, nosso cérebro esquerdo, nossa mente objetiva, ocupa com a razão, trabalha o raciocínio, o conhecimento, a faculdade de estabelecer relações lógicas, lida com o tempo futuro, lida com os acontecimentos pretéritos, enfim com a história.

Pelo aspecto transcendental, metafísico, o nosso coração espiritual, sanctum sanctorum, é a séde da vida. É o ponto onde encontramos a plenitude do ser. Em nosso âmago, a partir deste centro sagrado, acontece a sabedoria, sentimos o amor, sentimos o tempo presente, único tempo real, sentimos o pulsar da existência, sentimos a divindade. É onde acontece o encontro, encontro com o grande Mistério!

Sabemos que nosso corpo é um conjunto energético, dotado de várias estruturas, cada uma vibrando diferente da outra, como, por exemplo, nosso corpo físico, composto de matéria densa e duplo ou perispírito, corpo emocional, mental e espiritual. Todos trabalhando independentemente e ao mesmo tempo interligados. Como dissemos, temos ciência também de que nosso coração místico representa a dimensão suprema, o Amor, representa nosso aspecto espiritual, conhecido por Eu sou presença, Self ou Deus interno em cada um.

Fé é um sentimento de esperança, de desejo, de aspiração. Não tem como sentir com o cérebro. Sentimos com o coração. Portanto,

a fé é irracional.

Quando depositamos nossa fé nas mãos de Deus, no altar em nós, uma alquimia se processará no caldeirão dos milagres, sob o batuque do mestre da orquestra, dirigida por Cristo, em cada um, com certeza, acontecerá a química, acontecerá a transmutação, a somatização de nossos desejos.

Sabemos perfeitamente que nada é, ainda. Tudo está sendo construído, na dimensão histórica, onde mora a razão, a racionalidade. Na dimensão suprema tudo já é. Tudo está pronto, basta sentir, basta ter fé.

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