quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Uma experiência com a ayuaska

Caro Leandro, encontrei este texto, uma experiência com a ayuaska, em meus arquivos. Pretendo conhecer Santo Daime. Me aguarde...


Goiânia, 4 de outubro de 2003

Ontem, foi à terceira vez que visitei a UDV, União do vegetal.

Nas duas primeiras, o que aconteceu há mais ou menos dois anos, senti-me muito mal: muitos vômitos, pressão arterial baixíssima, muita angústia sobre tudo o que eu vivenciava naqueles momentos-séculos. Como sou portador de um processo relativamente saudável de percepção espiritual, clarividência, vou relatar alguns enfoques vistos sob este prisma.

A terceira visita, realizada no dia 4 deste mês, correu de forma mais ou menos amena.

Todo o trabalho foi dirigido pelo Mestre Internacional da UDV: é um senhor de cabelos grisalhos, muito firme em seus posicionamentos, e que emite segurança em sua expressão corporal e em suas chamadas de energia.

Foi ele quem distribuiu o chá às pessoas. Na minha vez, pedi que colocasse menos de meio o copo. Não houve problemas. Bebemos às 20:20 horas.

Passados 25 minutos, comecei a ouvir o tal barulho de helicóptero, o que indica o início da burracheira, em mim. Antes de chegar a burracheira, senti um cheiro muito forte, forte mesmo, de álcool.

Fiquei ali sentado por alguns minutos e logo em seguida, saí do salão. Fui sentar numa mureta, no corredor que dá acesso à cozinha. Ali o bicho pegou. A pressão arterial baixou muito. Pedi a uma senhora que estava na cozinha um pouquinho de sal, e ela, toda afobada, me deu açúcar, por engano. Depois, deu-me um tiquinho de sal. Dei uma boa vomitada. Ali estava sentado, fiquei mais uns 10 minutos. De repente, meu ser interno, conduziu-me de volta ao salão. E ali fiquei até o final da sessão, ou seja, às 24 horas.

Não sei o porquê, mas, a primeira hora de efeito foi muito forte. Depois, as turbulências desapareceram. Tive revelações interessantíssimas das 21 às 23:30 horas. A partir das 23:30 horas, eu estava complemente tranqüilo, com a pressão arterial normal. Claro, sempre a gente fica um tanto fraco, por questões de perdas de energias vitais, porém me sentia muito bem.

Antes de revelar os enfoques sob a ótica espiritual, apresento minha opinião sobre a UDV (aspecto prático). A UDV deve ser considerada um Templo de Mistérios. Este Templo trabalha com várias colunas, dentre elas, apresento as seguintes: mensagens históricas, história de fatos religiosos e esotéricos. Mensagens morais: de perdão, caridade, bondade, etc. Mensagens de como usar as palavras corretas, palavras positivas, por exemplo: não dizer obrigado, dizer agradecido, não dizer eu vou bem, dizer eu estou bem, etc. Uma das pilastras importantes é o uso moderado da planta de poder ou planta sagrada, a ayuaska, que é a união do cipó mariri e da folha chacrona.

E outros enfoques interessantes: como o carinho que a equipe administrativa dedica ao pessoal que freqüenta.

Uma outra consideração muito interessante, de minha parte, é que algumas pessoas que já freqüentaram me disseram que essa planta sagrada seja alucinógena, inclusive eu já considerei isto. Ledo engano: a palavra correta é planta enteógena. A origem dessa palavra é de entheos, que quer dizer Deus dentro. Claro, na maioria das pessoas, provoca um estado alterado de consciência, conhecido na cultura xamânica como nagual, e em culturas esotéricas chama-se samádhi ou percepção nirvânica. O que incomoda realmente é um pequeno mal estar quando a pressão abaixa. Acredito que com o tempo, acostumamos com isto.

Sim, uma informação que bateu muito forte, ontem, foi à seguinte:

Nós temos nosso ser interno, conhecido com Self ou Mônada, e temos nosso ego ou nossa personalidade reencarnante. Nossa personalidade ou ego é formado por inúmeras máscaras, ou seja, um agrupamento de personalidades do passado, de nossas reencarnações. Eu sempre admiti que o passado fosse cinzas, que não existe mais. Enganei-me. Ele, o passado, principalmente todas as nossas encarnações estão sintetizadas em nosso ego, nossa personalidade. Quando entramos no processo da burracheira, nós passamos a viver aqueles momentos, numa outra máscara, ou o perfil de uma das encarnações passadas, onde, com certeza, há algum nó a ser desatado. É um trabalho muito fino, muito sério. Nós nos vemos em outra roupagem, em outra situação, em outros desafios, em outros lugares, chegamos a sentir a temperatura da época, ouvimos vozes, choros e sorrisos.

É incrível!

Um outro aspecto que presenciamos na burracheira é quanto a conflitos pessoais, por exemplo: a filha tem uma desavença com o pai, cria-se um bloqueio energético, e isto aparece no processo como se fosse uma peia, claro que não é peia, o processo de desfazer os nós nos coloca em conflitos, pois para ser desatado, precisamos usar o perdão, e muitos, muitos mesmo não estão preparados para isto, e a luta para o desbloqueio continua e a pessoa pode sentir mal. A partir do momento em que o perdão é efetuado, de coração, tanto em conflitos pessoais, quanto em nós do passado, em outras encarnações, o processo, o nó se desfaz. É super interessante isto!

Bom, quando voltei à sala principal, sentei-me. Passados alguns minutos, mesmo dentro de meu processo de burracheira, vi uma senhora à minha frente, ela se levantou da cadeira-poltrona e deitou-se no chão. Não é uma situação típica. Passados alguns instantes, chegaram duas pessoas uniformizadas (calça branca, jaleco verde), para dar o devido auxílio. Neste ínterim, observei que o Mestre dirigente fazia uma chamada...

Espantei-me quando vi todo o Templo dentro da cor verde, dava a impressão que foi jogada uma tonelada de água esverdeada em todo o ambiente. É uma energia forte e ao mesmo tempo suave. Muitos talvez desconheçam: a cor verde de acordo com a cromoterapia é usada na cura.

Para cada situação, o Mestre dirigente fazia uma chamada específica. No plano astro-mental estas chamadas eram somatizadas por lindas formas, lindas cores, tipo o dourado, o verde, o azul, violeta, etc.

Vivenciei muitos acontecimentos, muito detalhadamente, mas os principais foram: três encarnações sem características especiais, e a máscara de uma pessoa velha, sisuda, que sempre me acompanhou, claro era eu em outro momento.

Outra, foi uma morte violenta que acontecera comigo; vi muito sangue jorrar. Porém, o mais interessante foi o seguinte: vi, vivenciei, eu era um homem claro, alto, forte, queimado pelo sol, homem bonito (ufa! Já fui um...). Vi-me amarrado pelos pés, com corda, e sendo arrastado. Era um local de areia, tipo praia, pois tinha muita água ao lado. Em dado momento, fui assassinado. Neste exato momento, meu ser interno me disse: “Manoel, não existe cura sem perdão, como você já deve saber. Perdoe.”

Eu, vivenciando duas personalidades, em tempos diferentes, fiz um esforço hercúleo e consegui perdoar. De repente, toda aquela energia, toda aquela forma se desfez!

Todas as visões que tive são coloridas e foram vistas com detalhes.

Fiquei muito satisfeito ao ser procurado pelo Dr Gilson. Conversamos por meia hora. Ele é uma pessoa de caráter elegante. Ele me contou sobre uma revelação de Clara!

Fiquei feliz por ter reencontrado um amigo da época de bancário, ele faz parte das fileiras da UDV, chama-se Paulo de Tarso Teixeira Álvares.

Fui com dois grandes amigos, o Alfredo Caiado e o Flávio Aspesi. São pessoas jovens que estão à procura, estão em busca de si próprios. Isto é muito importante!

Se me pedissem, eu apresentaria a seguinte sugestão: a quantidade de chá a ser usada pela pessoa deve ser buscada pela própria pessoa, tipo ponto de equilíbrio.

Sugeriria também que o Mestre dirigente deva observar se o iniciante tem sensibilidade espiritual (mediunidade). Se tem, se é médium, em minha opinião, deva ir bem devagarzinho, beber pouco, tipo ¼ de copo. Se não der a burracheira, que se repita às 10 horas (horário permitido). Outra sugestão, que gostaria de enaltecer seria a transmissão das informações contidas aqui neste mini relatório, sobre nosso encontro conosco, com nossas máscaras, sobre nosso encontro com nossos conflitos com pessoas, sobre o uso da energia do AMOR para desatar nós. Claro que isto já é falado, mas, seria bom dar um enfoque especial!

No final da sessão, as pessoas sentem-se amorosas, doces. Este sentimento é em virtude do nagual, a presença muito forte de nosso ser interno, no processo.

Deixei de registrar aqui tudo o que vivenciei em meu processo iniciático interno, por se tratar de assunto reservado.

Deixo aqui a frase que me foi lembrada: “não existe cura sem perdão...”

(postado em 29/9/2011)

2 comentários: