O encontro

Viver é celebrar a arte do encontro!

Sua vida teve início porque aconteceu o amor, na fusão de sentimentos, fusão de alma, de coração, de corpo.

A verdadeira somatização não teve início no ato sexual, o ato sexual nada mais é do que o movimento da chave na fechadura. Com certeza, esta alquimia maravilhosa tem como protagonista o encontro dos olhares, os quais nos levam ao nosso coração, nossa linda e imensa caldeira de mistérios!

Todos os encontros são sagrados quando a egolatria não se faz presente. O egotismo não cria pontes, ficamos somente do lado de cá da margem das interações. O egoísmo impede que a vida se faça presente, obstrui o fluxo do rio, deixamos de ver você, deixamos de enxergar todas as paisagens...

A química do amor, amor de todas as nuances, sempre acontece no mágico encontro!

Colega passageiro desta longa viagem de volta que percorremos, fomos convidamos pela Vida a saborear o tempero de todos os encontros. Precisamos apenas depor as armas, dar férias ao nosso ego tão inquieto e doentio, para que nossas vendas caiam por terra e possamos sentir a alma das coisas em toda plenitude; sentir, ver e enxergar você, um milagre da vida mais parecido com uma aquarela viva, em que até as cores se encontram...

Como é sagrada nossa santa ceia de cada dia, onde nós encontramos com a família, onde nós encontramos com amigos e parentes para agradecer os alimentos e as idéias cambiadas!

É a sacralidade sendo movimentada no milagre divino.

Como as interações profissionais são saudáveis! Cada um fabricando o pão nosso de cada dia, para suprir a mesa do nosso altar.

As pessoas ainda não entenderam como se realizou o milagre da multiplicação dos pães, como todos os milagres acontecem. Procurem se lembrar; vocês estavam lá presentes naquele encontro, de alguma forma, quando o carpinteiro agradeceu ao Pai.

Surgiram pães para todos, o melhor vinho aconteceu...

Ele sempre foi nosso espelho de conduta, ele sempre foi o artífice da varinha mágica, empunhando a força do agradecimento, que tudo realiza.

O encontro fraterno em forma de ordens religiosas, ordens de mistérios faz-nos refletir profundamente sobre toda a movimentação da vida. São muito interessantes essas interações, onde buscamos respostas para tudo, inclusive para a existência do Pai.

Precisamos ter consciência apenas de que todas as respostas já estão prontas. Estão faltando apenas perguntas, muitas perguntas...

Procuram conhecê-Lo por intermédio de orações e mais orações, por intermédio de todas nossas vias-sacras de cada momento, sempre pedindo coisas, sempre pedindo pessoas.

Não precisamos estender as mãos. Temos tudo o que precisamos. Precisamos apenas ser um magista do encontro!

Muitos se buscam nos outros, ora na troca de prazeres passageiros, ora na permuta de conhecimentos; outros tantos se buscam no dinheiro, quase sempre fazem do dinheiro o ícone mais importante de seus monastérios. Claro que a energia monetária é interessante, ela faz girar a roda da vida objetiva, mas ela não é a vida e muito menos o encontro.

Acontecem, mas é muito lamentável quando surgem os desencontros. Dá-se a impressão de nadarmos contra a correnteza. Os ventos não sopram a favor. Chegamos a ficar exaustos, nossos braços ficam dormentes e pesados. Os desencontros são oposições de nossos ideais. É como procurar um copo d água no deserto.

Desencontros é como viver a todo momento todos os nossos ontem... a luz no final do túnel fica cada vez mais distante. As cinzas que alimentamos nos congestionam e desfalecemos pela falta dos grandes alimentos doados pela Vida, a fé e a esperança!

Quando encontramos você, encontramos Deus. Quantos encontros marcados!

Nada, nada mesmo é por acaso. Existe uma sincronicidade em tudo. Mesmo as pedras se encontram e não acredito que sejam encontros fortuitos. Tudo faz parte de um plano cheio de encruzilhadas, onde em cada esquina encontram-se tantas ruas, sinalizando pessoas caminhando em busca de si, em busca dos outros, árvores se cumprimentando, passarinhos sorrindo e uma coruja tudo a observar...

O encontro com a morte, que a muitos assusta, é um acontecimento que deve ser comemorado, pois existe felicidade ao ver a janelinha da gaiola aberta, ver o casulo sendo rompido e logo em seguida a comemoração deste sagrado rito da passagem...

A morte é poética!

É sublime, é lindo morrer, é um suspiro do dever cumprido, é um voejar tranqüilo, desde que, como diz Osho, morra antes de morrer, desta forma você nunca morrerá...

Caros viajores, o grande objetivo da nossa vida é a busca incessante de nós mesmos. Infelizmente, a maioria das pessoas está se procurando nos outros, poucos sabem que sempre vivemos em nosso coração.

O dia em que cada um de vocês encontrarem vocês realmente a missão estará cumprida, vocês terão encontrado Deus...!