segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Desapego

Apego é o prender, pegar, agarrar dinheiro ou propriedade, ou ainda alguma pessoa, junto de nós, caracterizando uma posse, travestida de poder, carregando na alma a bandeira da ilusão e do engano, escrito em areias: eu sou um vencedor!

As pessoas que possuem propriedade, carro, casa, dinheiro, bons cargos profissionais, boa posição na comunidade, e possuem também, em seu círculo social, pessoas, como parentes, amigos, companheiros, etc, e que têm um alto grau de apego, são fatalmente prisioneiras dessas posses, dessas pessoas, desses padrões.

Não somos contrários possuir tudo o que foi dito, somos sim contrários ao apego, somos sim contrários ser possuídos por esses bens, pessoas, etc

Não devemos possuir nada nem ninguém, devemos sim partilhar, participar.

Em nossa opinião, existem basicamente cinco categorias de apegos:

Apego aos bens materiais

Apego a pessoas

Apego de resultados

Apego por reconhecimentos

Apego aos poderes da psique, da alma, poderes sensitivos ou mediúnicos.

A maioria das pessoas abastadas que possui uma grande dosagem de apego, por exemplo, se instala em uma linda mansão, cercada de muros com cacos de vidros ou com fios elétricos, com guardas e portões eletrônicos, e tudo o mais necessário para a proteção da pessoa, o que visto por outro ângulo parece mais uma masmorra, enclausurando o pobre rico, auto aprisionado e isolado do mundo, por medo; além de perder aquele convívio saudável e espontâneo com as pessoas, perderá também aquela capacidade de ir e vir, acontecendo não por imposição, mas simplesmente por ter sido feito prisioneiro de suas posses. Este é um pequeno exemplo do apego excessivo por dinheiro, carros e propriedades diversas.

Vida de prisioneiro não é nada fácil!

Outras pessoas ainda, caracterizadas também como enfermas de alma, possuem apegos em relação a pessoas, que chegam ao extremo da insanidade: são parceiros ciumentos que proíbem a companheira inclusive de olhar para os lados, de conversar com alguém. É tratada não como uma consorte e sim como uma pequena propriedade que está sendo usada no momento. Existem apegos doentios com filhos; claro, temos que ter certos cuidados com os filhos na orientação e principalmente em nosso próprio modelo de vida, pois não existe melhor conselho do que o nosso exemplo. Enfim, existem infinitos exemplos de apegos a pessoas, o que é uma verdadeira lástima.

Ninguém pertence a ninguém.

Somos todos companheiros de caminhada, uns como filhos, outros como pais, outros ainda como cônjuges, como patrões, empregados, amigos, colegas, etc. todo um relacionamento de vida, mas todos aprendendo a conviver sem amarrar, sem subjugar, sem possuir...!

Outro tipo de apego muito interessante é o de expectativa de resultados, o que não é nada saudável. Citamos, somente a título de exemplo, um fiel que se dirige à Igreja, faz seus pedidos e daí pra frente passa a vida toda apegada ao resultado de sua súplica; não sabe ele que este apego trava o fluxo da energia Divina, ao passo que a entrega faz com que tudo flua, pois tudo, inclusive os raios solares pertencem a todos por direito Universal. Infelizmente as pessoas não sabem pedir, aliás, não precisam pedir, é só pegar e usar, pois somos proprietários do Universo...

Parece uma utopia, mas é verdade!

Um outro apego que denota muito egoísmo é o de reconhecimento. Uma pessoa faz uma caridade ou um pequeno favor, mesmo muito sutilmente ele espera um reconhecimento nem que seja de um olhar de gratidão. Um escritor, um poeta sempre espera um pequeno elogio de reconhecimento para lavar o ego, ansioso por uma massagem.

Isto é também uma forma de apego, apego ao reconhecimento.

Finalmente, existem os apegos aos poderes da psique, poderes mediúnicos, como vidência, curas espirituais, etc. Lembramos que estas características paranormais existem em algumas pessoas, mas não deve ser motivo de apego, de orgulho e nem de vaidade. Alguns buscadores, ditos canalizadores de mensagens se apegam tanto ao desconhecido e ao milagre da novidade que mais parecem autômatos fanáticos, quais mariposas em busca de luzes finitas em forma de miragens, as quais fenecem, pois não estão aptas a ver, a sentir a claridade. Para estes buscadores, deixo aqui uma pequena mensagem: não canalizem pela mente, ela é finita e cheia de armadilhas, procurem uma canalização sadia por intermédio da Consciência Crística em seus corações, o EU SOU, a linda Mônada... E tenham em suas almas um pouco de humildade como Madre Tereza ao pedir a Deus que a transformasse em um pequeno lápis em Suas mãos!

Para sermos livres e conseqüentemente felizes, deveremos estar desapegados, tanto de bens quanto de pessoas, resultados e reconhecimentos. Isto não quer dizer que não devemos ter posses nem amigos e parentes, podemos ter tudo isto sem estar apegado, sem estar preso a nada.

Devemos ter o cuidado de não permitir que posses ou pessoas nos possuam.

Usar sem possuir é o grande desafio!

Junto com a fortuna, vem o medo, medo de roubos, incêndios ou eventuais prejuízos, medos e mais medos, da velhice que sempre nos ronda, de doenças... que muitas vezes o dinheiro não compra!

Para sermos felizes, deveremos trabalhar em nós próprios o desapego. Claro que não é fácil. Para vencer o mundo, temos que vencer a nós próprios; somente a partir de então, sentiremos a bem-aventurança. Claro, que ainda não estaremos totalmente felizes, pois nossa felicidade depende da felicidade de todos!

Tudo pertence a todos!

Lembre-se, caro buscador, Deus é tudo e todos, possui tudo e a nada se apega; Ele é também a luz Solar que ilumina, clareia, é a vida e não se contamina e nem se apega a ninguém ou a nenhuma coisa! Sejamos como Ele, pois um de Seus raios está em seu coração. Acredite, ou melhor, saiba desta verdade...


Quem apega não posssui.

Não nos esqueçamos que representamos uma árvore em posição invertida. Nossas raízes estão em Deus! Quem é apegado não é livre. Sejamos felizes, sejamos livres. Soltemos estas amarras, estes nós de maias tão difíceis de serem desatados. Estamos aqui sem sermos daqui...!

Somos filhos da Luz, filhos das Estrelas!

Para melhor entendimento e reflexão, deixamos abaixo uma linda mensagem de uma irmã buscadora desta linda senda, estrada de volta ao nosso Lar.

Reflitam, por favor:

“Caminho para a transformação

O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colméia, abandonam-na. E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento.

Todo o mel que fabricaram além do que necessitavam é deixado sem preocupação com o destino que terá.

Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás.

A vida das abelhas nos oferece uma grande lição. Em geral o homem constrói para si, pensa no valor da propriedade, tem ambição de conseguir mais bens, sofre a briga quando na iminência de perder o que lutou para adquirir.

Onde estiver nosso coração, ali estará nossos tesouros... Assim, não pode haver paz uma vez que pensamentos e sentimentos formem uma teia prendendo o ser ao que ele julga sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar vôo para novas moradas. E tal impedimento ocorre em vida ou mesmo após a morte, quando um simples pensamento como para quem vai ficar a minha casa? é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada. Ele fica aprisionado a um plano denso; perde oportunidades de experiências superiores.

Para o homem, tirar a vida de animais a usá-las como alimento é normal. Derrubar árvores para fazer conservas de seu miolo, também. Costuma comprar o que está pronto e adquirir mais do que necessita. Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem destruir nada e, ainda, doam a maior parte dele.

A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente o soltam, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que tem, seja para quem for , o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou dirigir a doação para alguém de nossa preferência.

Se queremos ser livres, se queremos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar. O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, que não viemos ao mundo para possuir coisas ou pessoas, a que devemos soltá-las. Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão de perda.

Adquiremos visão mais ampla.

O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar. E se não abrirmos mão do velho, como pode haver espaço para o novo? Nice Ribeiro”



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