segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Regras & Padrões e campos de cura

Pensei em escrever este texto em apenas uma prancha, mas, as idéias foram fluindo, quando dei por mim já estava quase completando a 4a. página.

As pessoas, normalmente, gostam de textos pequenos, bem pequenos... Se você, amiga, ler somente um pedacinho, ficarei imensamente feliz... mas, leia o último parágrafo, onde ofereço estas idéias a linda Isadora, uma criancinha que chegou do céu há alguns meses apenas.

Como já é sabido, o grande desafio da vida não é meramente viver, estamos aqui para aprendermos a conviver, principalmente.

E é justamente dentro deste princípio de convivência que exporemos algumas de nossas opiniões sobre regras, padrões e campos de cura em nossos relacionamentos.

Quando ainda éramos crianças, nossa família, amigos e a sociedade em geral nos impuseram tabus e limites de atuação em diversas áreas de convivências. Impuseram-nos tantas regras, inclusive as de cunho religioso, as quais carregamos praticamente a vida toda, como estivéssemos carregando-nos em nossos próprios ombros. Chegamos ao cúmulo de sentirmo-nos simples autômatos, agindo, sentindo e pensando com corpos, com cérebros alheios.

Não estamos aqui criticando nenhuma forma de educação. Apenas somos contrários a imposições de regras e padrões.

Alguns pais e educadores muitas vezes esquecem que o princípio de qualquer conselho ou orientação é o próprio exemplo de vida.

Longe de nós está o intuito de sermos omissos na educação das crianças, mas, o que recomendamos é que a criança e mesmo o adolescente tenham seus padrões respeitados. O bom mestre nada impõe, ele distribui amor, oferece sabedoria e mostra o seu caminhar...

Devemos permitir que a juventude viva as regras da juventude, mesmo com algumas nuances de irresponsabilidade, pois, o jovem, o adolescente está descobrindo as belezas da natureza, o mistério dos caminhos velados... Para eles tudo é uma doce aventura. Até parece que o adolescer é eterno!

Deixem-os sorrir, brincar, ficar, sorrir, errar... Amanhã, eles como nós, sentirão saudades destes tempos pueris...

Mas, querida buscadora, temos que ficar atentos às armadilhas que estão armadas em todos os lugares, à espreita dos incautos. Esta armadilha é a serpente traiçoeira sempre de bote armado a desferir seus golpes fatais, destruindo sonhos, destruindo lares.

Esta víbora alucinógena é a droga que vive em cada esquina, oferecendo mortes e tragédias. É realmente uma droga! Droga em forma de uma viagem aos infinitos da sombra, aos mundos umbralinos, muitas vezes sem volta.

Nosso respeito por regras e padrões não deve estar circunscrito somente à juventude. Precisamos respeitar e compreender a luta do adulto, luta pela sobrevivência familiar, pela manutenção de padrões escolhidos. Você que está, neste instante, lendo esta página pare e pense sobre a grande responsabilidade do pai ou mãe de família, encarregados de levar o sustento a todos, em forma de aluguel, alimentação, escolas, lazer, médico e farmácias, etc. Pensem, por favor, neste aspecto. Eles, os mantenedores dos lares, têm suas regras e padrões as quais devem ser consideradas.

E os idosos? Sim, os idosos são os que caminharam por todas as estradas das idades. Colecionaram sonhos, colecionaram decepções, percorreram caminhos quase intransitáveis. A grande maioria deles vive de lembranças, de nostalgias, e também de recordações já olvidadas. São pessoas merecedoras de nosso carinho, de nosso respeito, de nosso ombro. Eles sempre reclamam em seus silêncios que estão alheados à vida. Até parecem vivos-mortos! Amemos nossos velhos, nossos idosos, os idosos de todas as famílias e inclusive os idosos que não têm família. Eles estão fechando o círculo. Eles estão voltando a ser crianças mesmo antes de morrer!

Existem, buscadora amiga, as pessoas sem regras, sem padrões. Elas também merecem toda nossa reverência por este posicionamento. Não ter costumes nem padrões também é uma forma de regra.

Respeitemos todas as pessoas, com suas regras de vida. Respeitemos os limites. Devemos viver nosso tempo. Se somos jovens, vivamos a juventude. Se somos adultos, vivamos este lindo desafio. Se somos idosos, que vivamos mais uma vez esta linda vida de criança! É o samsara, é a roda da vida!

Mas, em todos os estágios da vida, com ou sem regras & padrões, nunca devemos esquecer de nossos sonhos. Quem perde a capacidade de sonhar, morre antes de ter morrido.

Sonhar é viver!

Sim, sonhar é viver, porém, precisamos nos curar, sarar as outras pessoas para que a harmonia se instale e prevaleça.

Estamos falando sobre os campos de cura.

Buscadora amiga, o primeiro campo de cura que deveremos trabalhar é em nós próprios. Devemos nos perdoar por enganos cometidos, pois não existem pecados, nem mortais nem veniais, como sugerem certas ordens religiosas; sim, praticamos todos nós alguns enganos. Devemos nos perdoar por isto. Devemos nos amar e nos aceitar. O mundo, as pessoas, somente nos aceitará a partir do momento em que nós nos aceitarmos.

Pare de dizer não a você. Policie-se menos. Nas férias de seu ser adulto, dê mais trabalho para sua criança interior. Sorria mais. Existem nos sorrisos muita magia e muito mistério.

Somos nossos reflexos. Exteriormente, somos o que somos interiormente. Estamos na sala dos mil espelhos...

Aceitarmo-nos deve ser a regra, o padrão para nós nos encontrarmos, para que nós curemos nossa alma.

Aceitarmo-nos é o nosso grande desafio!

Não seja o seu eterno ausente. Pois, quando estamos ausentes de nós próprios, sempre buscamos desenfreadamente um parceiro, um amigo ou amiga. Sim, ter parceiro, amigos ou amigas é bom, faz parte do processo, faz parte do relacionar. Mas, o grande engano é buscar a presença de alguém em sua vida, sabendo-se que o grande ausente é você própria.

O segundo campo de cura que se nos depara é a nossa família. Praticamente, em todos os lares existem pessoas, irmãos, parceiros, pais, etc de difícil relacionamento! Às vezes, chegamos até a questionar: por que não nasci em uma outra família, família mais próspera e equilibrada? Não, amiga, sua família é a sua família. É também o seu campo de cura. Vamos sarar nossos irmãos, nossos filhos, todos nós.

Nada existe por acaso. A presença em nossas vidas de pessoas de difícil relacionamento, além de ser um exercício de paciência, é um ato de bravura. Para sermos bons requer coragem, requer audácia e ousadia! Aceitemos com amor, com resignação, com ombro amigo nossos parentes difíceis. Ou eles ou nós, ou ambos, estamos precisando de cura.

Com certeza a cura virá, pois, não existe melhor remédio do que o AMOR. Sim, o AMOR é o bálsamo, é o antídoto, o ótimo cicatrizante, é indolor. Tão bem souberam trabalhá-lo como Jesus, o Cristo, Francisco de Assis, Madre Teresa e tantos outros missionários de grande Causa.

Devota buscadora, nossas vidas são compostas de atuação em pequenos grupos: grupos familiares, sociais, religiosos, etc. Mesmo na moderna internet, deparamo-nos com grupos afins. Com certeza, em todos eles, desde uma sangha budista a uma simples sala de chat, acontecem relacionamentos de vários matizes. Nós não devemos buscar o luxo de partilhar nossa companhia somente com pessoas de energia elevada. Quem sabe, somos nós o obstáculo! Claro que as mesclagens acontecem. São almas enfermas, pessoas desequilibradas que cruzam nossos caminhos, nossos grupos, quais mariposas em busca da luz, que quase sempre fenecem por falta de um ombro amigo, de uma palavra doce, por falta ainda de paciência ou por excesso de nossas tolas vaidades, não permitindo o convívio com pessoas doentes de alma. Sim, sei que você pensou, agora, que não devemos dar pérolas aos porcos, mas, dêem pelo menos uma fatia de atenção e um copo de esperança!

O mesmo autor da citação acima disse: o que fizerdes a um destes pobres irmãozinhos é a mim que estarão fazendo...

Precisamos, todos nós, inclusive ou principalmente o autor desta singela mensagem, obstruir nossos desfiles de vaidades e egolatrias. Precisamos retirar nossa toga, retirar de nós o vício da crítica, que tanto mal faz a nós e às pessoas.

Sejamos simples. Aceitemo-nos. Aceitemos as pessoas como elas são. Vamos curar nossas feridas. Vamos sarar feridas alheias, usando as ferramentas do amor, paciência e doçura.

Distribuam seus conhecimentos e carinhos respeitosos a todos como o Sol faz com seus raios, sem distinguir nem selecionar pessoas. Não há necessidade de você, buscadora, desnudar sua alma e mostrar sua sabedoria. A sabedoria por si só é doce, é sábia, humilde e despretensiosa... Ela sempre é vista pelos corações que aprenderam a ouvir, falar, sentir, ver e enxergar.

Finalmente, ofereço este simples texto a criancinha Isadora, filha de amigos da sala dos esotéricos, os quais omito seus nomes por questão de ética, pois não os consultei.

Isadora, você é um lindo diamante já lapidado. Beijos em seu coração.

“Eu sou um gênio quando o meu gênio está presente”, citação do livro NÃO APRESSE O RIO, ELE CORRE SOZINHO...

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