sábado, 24 de setembro de 2011

S.O.S.

Uma grosseria, uma ofensa em forma de palavras amargas, em forma de venenos de toda espécie, na maioria das vezes, é um pedido de socorro, um SOS.

Os problemas são tantos que a pessoa não consegue ser gentil, não consegue nem falar... apenas agride. Devemos interpretar essas hostilidades como um verdadeiro clamor por amparo, apoio, assistência.

Sabemos que existem muitas apresentações ou representações circenses, mostrando egotismo, exibindo egolatrias, mas, mesmo assim, estão apresentando suas fraquezas, estão apontando suas chagas, estão pedindo remédios...

Uma criancinha usa seu pranto para pedir alimento, usa seu choro para avisar que fez xixi, é a linguagem de expressão, a linguagem corporal sendo manifestada; da mesma forma, um adolescente ou um adulto, muitas vezes, usa a impolidez para pedir o save our souls. Para avisar que existe, para avisar que seus desafios estão o sufocando. Está sendo afogado em pequenos riachos, os quais muitas vezes tornam-se um Amazonas, tamanha a insegurança!

Infelizmente, ainda não conseguimos agir, sentir e pensar com o coração. Esquecemos que ele é o centro da vida. A humanidade, representada por nós, pela nossa família, amigos, inimigos e toda sociedade, está enviando mensagens por clemência, por socorro, a todo o momento. Nós não estamos ouvindo. Nosso narcisismo é maior do que nós, o que nos impede ver outras pessoas, nos impede sentir outros corações. Nossa sensibilidade fica obstruída por nós próprios.

Colegas, curar feridas não é necessariamente gastar dinheiro; sarar feridas é oferecer um sorriso, dar atenção, emprestar nossos ombros por alguns momentos, compreender as pessoas, compreender o porquê de uma agressão, de uma ofensa. Não revidar é um bom remédio, um bom alívio, faz com que as guardas se abaixem e o diálogo volte a imperar.

Curar feridas é ouvir...

Ajudar a curar chagas não representa competir, a competição não cicatriza, a competição separa as pessoas. Precisamos, sim, da cooperação. A cooperação é a tônica principal deste lindo milênio que já estamos vivendo

Logo após as turbulências que estamos provando em forma de remédios que curam, tudo será uma linda primavera

Amigos de estrada, amigos de senda, muitas e muitas vezes, procedemos como um duro, frio e cruel iceberg, a obstruir sonhos, a impedir relacionamentos, a recusar socorros. Deixemos o Titanic passar e permitamos que todos sigam em busca de seus sonhos, de seus ideais.

O Titanic, embora poderoso, forte, majestoso, repleto de si, teve seus sonhos bloqueados por um simples sentimento de gelo. Os SOS emitidos em forma de gritos desesperadores não foram suficientes.

Por favor, deixem o Titanic passar...

Abram-se para receber o grito de SOS, salvem nossas almas, que está sendo emitido por vozes muitas vezes roucas ou muitas vezes inaudíveis. Vozes muitas vezes sendo emitidas em nossa própria família!

Respondamos aos SOS com nossa presença amiga, nossa presença integral. Porém, precisamos aprender a conjugar o verbo SERVIR sem o uso de togas, sem as expectativas de aguardar um agradecimento, mesmo encoberto pelas teias de nossa vaidade.

O desapego por reconhecimentos denota grandeza de alma.

Sirva sempre, siga em frente sem olhar para trás, sem olhar para os lados. Apenas sirva...

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